Grandes competições: ranking mundial substitui mínimos

Inês Henriques (112ª em geral mundial) é a melhor portuguesa


Se o atletismo português já tinha dificuldades em tornar-se visível em competições internacionais, principalmente num grupo de atletas abaixo dos já medalhados, com as medidas agora apresentadas pela IAAF (federação internacional) para o acesso às grandes competições, como campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos, o panorama só piora.
A IAAF apresentou uma parceira exclusiva com uma empresa detentora de uma base de dados e de resultados muito importante (All Athletics) para a criação do “IAAF World Ranking” (Ranking Mundial de Atletismo), um mecanismo de qualificação que permite perceber a valia de cada atleta. Em termos similares ao que encontramos com os “rankings” do ténis.
Este sistema dependerá de uma hierarquização das competições que se já se realizam, desde campeonatos até aos meetings de um dia, provas de estrada e corta-mato. O presidente da IAAF, Sebastian Coe, é um dos principais impulsionadores da iniciativa, porque pretende que o Atletismo ganhe mais protagonismo. Muitas reuniões já foram feitas e mais se seguirão em 2018 para a concretização desse ranking, embora o “All Athletics” já tenha um sistema que será a base desta hierarquia dos atletas.
«O ranking Mundial de Atletismo será realidade em 2018 e será o principal meio de acesso às grandes competições, como Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos», disse Sebastian Coe, que acrescentou ainda que, «pela primeira vez na história do atletismo, atletas, meios de comunicação e adeptos terão um claro entendimento da hierarquia das competições, desde o plano nacional ao continental».
A hierarquia de provas e respetivo valor pontual, os pontos em disputa em cada uma delas, e os critérios de acesso às competições globais (Jogos e Mundiais) serão divulgados no primeiro trimestre de 2018, adianta a IAAF, e serão aplicados já para os Campeonatos Mundiais de 2019, em Doha, e para os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio.
Em função do que aqui escrevemos, com base nas estatísticas de 30 de outubro de 2017 do “All Athletics”, damos aqui um exemplo do que seria a classificação dos dez melhores portugueses, sendo a primeira coluna a classificação no ranking mundial (não teríamos ninguém nos 100 primeiros!), a segunda coluna a classificação na sua disciplina (aqui teríamos 4 no top’10) e na quarta coluna os pontos averbados, em função de marca, classificações nas grandes competições e principais meetings.

MASCULINOS
Mund
Prova
Atleta
Pontos
Provas
154.
4
Nelson ÉVORA
1283
Triplo
230.
13
Tsanko ARNAUDOV
1258
Peso
470.
23
Francisco BELO
1206
Peso
496.
25
Diogo FERREIRA
1202
Vara
563.
57
David LIMA
1195
200m
714.
20
Joao VIEIRA
1181
50 Km marcha
1027.
46
Marcos CHUVA
1159
Comprimento
1318.
120
Diogo ANTUNES
1142
100m
1724.
116
Rasul DABÓ
1125
110m barr
1985.
85
Emanuel ROLIM
1115
1500m
FEMININOS
Mund
Prova
Atleta
Pontos
Provas
112.
2
Inês HENRIQUES
1297
Marcha
189.
6
Ana CABECINHA
1255
Marcha
191.
6
Patrícia MAMONA
1254
Triplo
441.
56
Lorene Dorces BAZOLO
1190
100m
513.
18
Susana Cristina COSTA
1182
Triplo
672.
24
Carla Salomé ROCHA
1165
10.000m
729.
59
Jessica AUGUSTO
1160
Estrada
729.
38
Cátia AZEVEDO
1160
400m
793.
57
Marta PEN FREITAS
1156
1500m
903.
46
Vera BARBOSA
1148
400m barr

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